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Cinematografia Cruzada

Por Tanael Cesar Cotrim


Este Não Sou Eu


Ed Craine e Leonard Zelig foram gerados no útero de Orson Welles, no âmbito da linguagem cinematográfica, multívocos, contraditórios, dialéticos diante do tempo. Educados rigidamente na contraprosódia da prosápia judaica, que tanto medrou na genealogia dos bem-aventurados do Norte. Raízes mais profundas desvendam Anthony Giddens e Wittgenstein na rosa-dos-ventos tresloucada do barbeiro de Joel e Ethan Coen, os famanazes Irmãos Coen. Já Doutor Sigmund Scholomo Freud ,a Escola de Frankfurt e Pierre Bordieu com Guy Debord invadem o universo de Woody Allen desde que ele é ele mesmo. A fragmentação do homem moderno é matéria tanto do existencialismo quanto da psicologia das massas. Um está onde não quer, deseja ou almeja. Esconde-se em sua insignificância. Ed Craine. O outro está nos eventos mais importantes, é midiático, destaca-se como homem polissêmico, transformado pelo espaço-tempo. Zelig. Um é o que não quer ser, ausência presente na identidade social. Ed Craine. O outro é o que não é, presente de ausência de identidade pessoal. Zelig. Um mira o futuro, mas está atavicamente ligado ao passado. A memória e o tempo da história estão tangenciados no próprio corpo, corpo social. Ed Craine. O outro é um homem à frente de seu tempo, mesmo vivendo no passado. A memória e o tempo da história marcados no corpo como devir. Zelig. Ambos cumprem destinos fabricados, o fantasma de O Homem que Não Estava Lá (2001) e o camaleão de Zelig (1983). Ethan e Joel Coen conversam com Woody Allen, atravessados pelo século da sociedade do espetáculo.

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